Conheça Bárbara Leão, Antiga Aluna da Nova SBE - Entrevista Exclusiva
Nova Promove | 15 outubro 2020 Conheça Bárbara Leão, Antiga Aluna da Nova SBE - Entrevista Exclusiva

Conheça Bárbara Leão, antiga aluna bem-sucedida da Nova SBE, numa entrevista exclusiva na qual partilhou o quão apaixonada é por inovação social, como acredita no verdadeiro contributo da comunidade e como todos nós podemos fazer a diferença no mundo.

 

Que está a fazer atualmente? Qual a característica mais gratificante da sua carreira?

Sou investigadora na Nova SBE e costumo dizer que “voltei a casa”. Estou ligada à Nova SBE desde os 17 anos, quando comecei a minha licenciatura. Sempre pensei que seguiria uma carreira em marketing, mas agora estou numa fase da minha vida em que consigo combinar o meio académico com empreendedorismo social e a experiência em grandes empresas. Quando estamos a estudar, não sabemos o que queremos ser e, naquela altura, não sabia que me tornaria numa empreendedora social e marketeer que está a ajudar a desenvolver a área de inovação social em Portugal e consegue materializar isso academicamente. Eu dedico-me a várias tarefas e objetivos com o propósito de criar um mundo melhor.
 

Que gostaria de saber na altura em que estava a graduar que só agora é que sabe?

Adorava saber na altura que seria empreendedora. As coisas mudaram muito. Naquela altura, quando estudava na Nova SBE, não havia a cultura de empreendedorismo em Portugal. Inicialmente, quando deixei a escola, apesar de ter conseguido o meu emprego de sonho na Unilever, enquanto estagiária de Marketing, a trabalhar para a Ben & Jerry’s senti-me sozinha. Foi então que percebi que é possível fazer negócios e transformar o mundo positivamente. Algo que sempre quis fazer toda a minha vida.
Depois disso, corri o mundo de mochila às costas durante um ano, a fim de descobrir as práticas de sustentabilidade de outros países. Decidi começar o doutoramento e criei a Biovilla. Essa experiência levou-me a construir um modelo de negócios consciente que está agora a impactar centenas de outros empreendedores. Quando olho para minha carreira de fora percebo que não tenho uma carreira clássica, mas percebo porque dei os passos que dei. Foi uma altura difícil para mim, mas persisti e insisti nos meus sonhos e ideais.
 

Quem ou que experiências tiveram um impacto no seu percurso profissional?

Houve três momentos fundamentais. Um deles foi trabalhar para a Ben & Jerry’s, que me mostrou como era trabalhar com um propósito. Em segundo lugar, construir a Biovilla durante a pior crise financeira de sempre tendo conseguido arrecadar fundos de qualquer forma. Antes de abrirmos a Biovilla ao público, formámos mais de 500 pessoas e sentimos que podíamos mudar as suas vidas. Com a Biovilla, tenho vários momentos assim e as pessoas voltam sempre para nos dizer como mudámos as suas vidas após uma experiência connosco. Em terceiro e último lugar, a forma como o meio académico me deu um espaço para transformar a minha experiência em investigação.
 

Porquê esta área? Que lição trouxe consigo e a têm ajudado neste percurso?

Até há alguns anos, não havia nada relacionado com sustentabilidade em Portugal e, por isso, pensámos que podíamos importar algumas práticas de outros países, que são agora felizmente mais mainstream, como a agricultura biológica ou a permacultura. Queríamos proporcionar uma experiência completa de como é possível mudar o nosso estilo de vida. Decidimos aplicar todos os métodos que consideramos eficazes e inspiradores na Biovilla. Construímos o que chamamos de paraíso, que permite que as pessoas experienciem como é possível construir um mundo melhor. O nosso objetivo é inspirar as pessoas e dar-lhes o conhecimento de que precisam para transformar as suas vidas.
Cocriámos a Biovilla com pessoas de diferentes áreas, eu tendo experiência enquanto gestora, em conjunto com um economista, dois biólogos e um físico. Convidámos também arquitetos, engenheiros, contabilistas e assim por diante. Muitas pessoas diferentes com o mesmo objetivo e é por isso que construímos uma cooperativa e não uma empresa. Temos muito orgulho de sermos uma entidade de economia social.
 

Que competências adquiriu no seu percurso académico e quais são as que têm sido fundamentais para a sua carreira?

Ainda estou a colher os frutos do que significa ter estudado na Nova SBE. Estudar na Nova SBE não é fácil. É preciso estudar muito, mas isso dá-nos muita persistência e conhecimento crítico, algo que é fundamental pois permite-nos crescer pessoalmente e, claro, tecnicamente. O currículo, na altura, era muito mais tradicional e focado numa carreira clássica. Sei que posso parecer um pouco injusta, mas, no fim, foi isso que me ajudou a encontrar a carreira que queria. Se eu não tivesse tido acesso à metodologia de Nova SBE talvez não fosse tão determinada e empenhada quanto sou. E mudou muita coisa na Nova SBE desde então e só nos podemos orgulhar dessa evolução. O novo campus trouxe também muita clareza a todos.


Como conseguiu o seu primeiro emprego depois de se graduar? Que passos deu e que conselhos daria aos que estão agora a começar?

Quando se é bom aluno é natural as empresas interessarem-se por nós. E fiz apenas três entrevistas com as empresas nas quais estava mesmo interessada. Este é o privilégio de se estudar na Nova SBE. Prepara-nos tão bem que os recrutadores esperam que entremos no mercado de trabalho. Lembro-me de, na minha primeira aula de marketing, o professor dizer que os dois melhores alunos ficariam com as duas únicas vagas na Unilever, que era a melhor posição que se poderia ter em marketing em Portugal. Decidi que tinha de estudar arduamente para conseguir uma delas e a Nova SBE inspira-nos a fazer isso mesmo. Quando estamos na Nova SBE, percebemos que somos capazes de fazer coisas incríveis pelo mundo. A Nova SBE inspira-nos a ser muito mais do que aquilo que julgamos poder vir a ser.

 

Que memórias do seu tempo enquanto aluna da Nova SBE mais estima?

Tive uma professora que acreditava em mim mais do que eu própria acreditava na altura e foi o que ela viu em mim e a fé que tinha que me mudou por completo. Eventualmente tornei-me na melhor aluna em marketing. Ela fez-me acreditar que eu era realmente capaz de me superar e isso mudou por completo a forma como me sentia. Passei de ser uma aluna mediana na Nova SBE a ser a melhor só porque tinha alguém que estava mesmo a zelar por mim. Esse sentimento de proteção e incentivo era tão forte que acabei por me tornar professora de marketing e espero poder retribuir isso mesmo com os meus atuais alunos. Isto só vem demonstrar o que uma pessoa numa universidade é capaz de fazer. Foi incrível ter uma professora assim, ainda a admiro e espero poder vir a ser tão inspiradora quanto ela.
 

Que conselho tem para dar aos alunos que agora se estão a graduar?

Que devem seguir a sua curiosidade. A curiosidade conduz-nos ao nosso propósito, ao que de melhor temos para dar, à nossa missão na vida. Existem coisas mais importantes do que apenas conseguir um emprego. Eu acredito mesmo que, enquanto trabalhamos, a nossa carreira pode ter um impacto ambiental e social. Podemos transformar o mundo positivamente e refletir sobre o que estamos a trazer. Gostaria que também percebessem que os sonhos podem concretizar-se em carreiras e carreiras bem-sucedidas. No meu caso, o meu valor aumentou e ganho actualmente mais do que ganhava porque me tornei numa especialista da área pela qual sou apaixonada. Mas isto exigiu coragem e nos momentos difíceis foi preciso ser persistente e determinada. Até terem a vossa voz, é preciso que se entreguem àquilo em que acreditam. E nem todos estão dispostos a tanto porque é arriscado. Mas vale a pena! 

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