A investigação interdisciplinar no Centro de Conhecimento de Economia Ambiental visa contribuir para uma melhor compreensão e sensibilização do papel desempenhado por iniciativas lideradas por autoridades locais com o apoio de diferentes partes interessadas, como empresas privadas, com o objetivo de tornar visível o benefício muitas vezes ignorado que ecossistemas naturais únicos e intocados podem trazer às comunidades locais, estimando o impacto económico correspondente devido à diminuição da sazonalidade. Um exemplo é a campanha de marketing da Câmara Municipal da Nazaré, a propósito da Grande Onda. Os resultados obtidos destacam a relevância de garantir a boa condição dos ecossistemas marinhos e costeiros naturais para o sustento das comunidades locais, adotando práticas de gestão sustentáveis e contribuindo para atitudes que facilitem a cooperação entre diferentes partes interessadas a nível regional. Por exemplo, dadas as curtas distâncias entre as diferentes regiões em Portugal com ambientes naturais diversos (costa/interior), a cooperação a nível regional pode ser chave ao explorar sinergias através de iniciativas complementares que beneficiem áreas maiores, evitando uma "corrida para o fundo". Assim, o quadro regulatório também deve ser projetado para promover uma cooperação saudável a nível regional para que sejam desenhadas soluções vantajosas para todos. Este processo de aprendizagem pela prática contribui para provocar mudanças nos processos de tomada de decisão através da promoção de diferentes valores culturais e sociais, e envolvendo as populações locais no desenho e implementação de decisões de políticas públicas mais sustentáveis.
Outras contribuições deste Centro relacionam-se com a estimativa do papel positivo desempenhado pela cobertura florestal em Portugal nas economias de custos de tratamento de água, dependendo de se as empresas extraem da superfície ou de aquíferos, como no Algarve. Neste último caso, exposto a secas mais frequentes e severas, a conversão de terras de floresta para outros usos, como o desenvolvimento devido à pressão do setor turístico ou a produção de culturas intensivas em água, impõe custos sociais mais elevados sob a forma de custos mais altos da água potável e crescente escassez. Sob a pressão das recentes secas severas, têm sido impostas restrições com custos mais elevados para os consumidores.
Outro estudo avaliou a ligação causal entre a variação de curto prazo na concentração de poeira de sílica inalada produzida por uma fábrica de cimento na cidade de Bryanskii, Rússia, entre 2014 e 2017, e as admissões hospitalares por motivos relacionados com problemas respiratórios e cardiovasculares. Utilizando dados granulares ao nível individual, é estimado um limite inferior para as economias de custos de saúde resultantes da redução dos níveis observados.