Paralelamente ao trabalho de diagnóstico desenvolvido pela equipa do ICF, foram lançados desafios aos alunos de mestrado da Nova SBE sobre este tema para que, analisando o contexto em causa, delineassem propostas de solução. Assim, foram apresentadas treze propostas das quais o ICF escolheu três, como base para aquelas que veio a desenvolver e testar em projetos-piloto – o Peer2Peer, o HR4Inclusion e o Inclusive Future.
Peer2Peer
O Peer2Peer surgiu da necessidade de combater um dos obstáculos identificados na fase de diagnóstico – a falta de predisposição e preparação para o mercado de trabalho por parte de algumas pessoas com deficiência, seja por falta de oportunidade ou por questões ligadas à envolvente familiar.
O projeto piloto do Peer2Peer decorreu entre março e maio de 2018, em Cascais. Contou com a participação de dez alunos da Nova SBE e dez pessoas com deficiência – indicadas por Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) do Concelho de Cascais – que pretendiam entrar no mercado de trabalho, mas que não tinham tido ainda iniciativa, confiança ou simplesmente oportunidades para dar esse passo.
No desenvolvimento deste piloto, é importante destacar também o envolvimento dos Serviços de Carreiras e Posicionamento Empresarial da Nova SBE, por ser a responsável pelo desenvolvimento dos conteúdos e por facilitar a organização dos workshops. Outros membros da comunidade Nova SBE, como a professora Clara Costa Duarte e o professor Miguel Alves Martins, tiveram também um papel fundamental no programa através do seu testemunho em determinadas sessões. A psicóloga Edite Oliveira prestou apoio aos alunos que tinham tido um contacto menor com esta realidade.
O ICF contou ainda com o envolvimento de parceiros externos como a Câmara Municipal de Cascais, a Associação Portuguesa de Síndrome de Asperger (APSA), a Associação Salvador, o Cadin, a CERCICA, a Associação Novamente, a SEMEAR e ainda três empresas da área de recrutamento e seleção – Argo Partners, Mercer e Randstad.
HR4Inclusion
O HR4Inclusion surgiu da necessidade de combater um dos obstáculos à empregabilidade identificados na fase de diagnóstico – a ausência de um mecanismo que faça este mercado funcionar e garanta o encontro entre a oferta e a procura.
A centralização de um processo nas empresas de recrutamento e seleção, o conhecimento (know-how) já adquirido por estas, assim como a sua rede de clientes já estabelecida, possibilitam uma maior eficiência e oportunidade de escala, potencializando o aumento da empregabilidade de pessoas com deficiência. Assim passa a existir um ponto central de referência para o encontro entre as pessoas com deficiência que querem trabalhar e as empresas que procuram contratar estas pessoas, em vez de serem dadas respostas pontuais a casos específicos.
O HR4Inclusion foi pilotado entre junho e novembro de 2018 e contou com três empresas de recrutamento e seleção (Argo Partners, Mercer e Randstad), que assumiram o papel de pivô no processo, treze potenciais entidades empregadoras e vinte candidatos com deficiência – dez dos quais tinham integrado o piloto do Peer2Peer. As empresas que aceitaram fazer parte deste projeto piloto foram a Accenture, a Ageas, o Bankinter, a Brisa, a Câmara Municipal de Cascais, a Gestmin, a Jerónimo Martins, a José de Mello Saúde, o Millennium BCP, a Nova SBE, a Randstad, o Banco Santander e a Willis Towers Watson.
Este projeto-piloto resultou na criação de um Processo de Recrutamento Inclusivo, que visa capitalizar o know-how das empresas de recrutamento e seleção, garantindo uma correspondência adequada entre a função disponível na empresa e as capacidades e preferências do candidato em questão.
Inclusive Future
O Inclusive Future surgiu da necessidade de sensibilização da comunidade, nomeadamente das empresas, para a possibilidade e o valor acrescentado que é contratar pessoas com deficiência. Ao tornar visível casos de sucesso, o Inclusive Future vem ajudar a desconstruir mitos e a dar confiança não só a quem procura trabalho, mas também a quem está recetivo a contratar.
O projeto-piloto do Inclusive Future foi desenvolvido entre o final de 2018 e o início de 2019, tendo lançado dez casos de sucesso de pessoas com deficiência na plataforma Design the Future – que existe há vários anos para dar a conhecer muitas profissões e, assim, ajudar os jovens nas suas decisões vocacionais – que foram contratadas em diferentes áreas profissionais. Os dez casos escolhidos foram identificados pela comunidade ICF, nomeadamente pelo Conselho das Famílias, pelo Conselho das Instituições e por alunos da Nova SBE (alunos do clube de alunos Nova Junior Consulting e da cadeira de Comunicação, Liderança e Ética).