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Empregabilidade

O caminho que o ICF fez até aqui

Em setembro de 2017, o ICF escolheu a empregabilidade de pessoas com deficiência como primeiro tema a desenvolver.

Nos três semestres seguintes, dedicou-se a fazer o diagnóstico e desenhar as melhores soluções para os problemas encontrados, implementando-as em conjunto com a comunidade e, posteriormente, sistematizando-as e entregando-as à comunidade garantindo, assim, a sua continuidade.

O tema da empregabilidade de pessoas com deficiência seguiu um processo de cinco etapas, com tempos diferentes entre si:

Um semestre
Diagnóstico e Ideação
Um semestre
Um semestre
Implementação de projetos-piloto
Um semestre
Um semestre
Sistematização e ownership
Um semestre
Transversal a todo o processo
Aconselhamento e Validação
Transversal a todo o processo
Ainda a decorrer
Follow-up
Ainda a decorrer

Depois de escolhido o tema central, foi feito um diagnóstico objetivo para identificar os principais obstáculos à inclusão subjacentes ao tema. O diagnóstico foi alavancado em análises quantitativas, entrevistas e análises no terreno, a fim de ter uma visão ampla e correta da realidade.

O diagnóstico permitiu ao ICF identificar os obstáculos à inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho que ocorriam com maior frequência.

Os três obstáculos principais encontrados foram:

  • Nas pessoas com deficiência: A falta de predisposição, por parte de algumas pessoas com deficiência, para o mercado de trabalho por falta de oportunidade ou questões ligadas à envolvente familiar (fatores socioeconómicos ou questões de falta de motivação para o emprego).
  • Nas empresas: A falta de consciencialização e predisposição por parte das empresas. Em Portugal, grande parte das empresas ainda não emprega pessoas com deficiência porque nem considera essa hipótese. Quando questionadas se o fariam, algumas respondem afirmativamente apesar de não saberem como deve decorrer o processo. Outras apresentam algumas reservas que as impedem de querer avançar.
  • No mercado: Caso os dois obstáculos anteriores não se verifiquem, e havendo vontade de trabalhar por parte das pessoas com deficiência e vontade de contratar por parte das empresas, existe ainda a ausência de um mecanismo que faça o mercado funcionar garantido o encontro entre a oferta e a procura.

Paralelamente ao trabalho de diagnóstico desenvolvido pela equipa do ICF, foram lançados desafios aos alunos de mestrado da Nova SBE sobre este tema para que, analisando o contexto em causa, delineassem propostas de solução. Assim, foram apresentadas treze propostas das quais o ICF escolheu três, como base para aquelas que veio a desenvolver e testar em projetos-piloto – o Peer2Peer, o HR4Inclusion e o Inclusive Future.

 

Peer2Peer

O Peer2Peer surgiu da necessidade de combater um dos obstáculos identificados na fase de diagnóstico – a falta de predisposição e preparação para o mercado de trabalho por parte de algumas pessoas com deficiência, seja por falta de oportunidade ou por questões ligadas à envolvente familiar.

O projeto piloto do Peer2Peer decorreu entre março e maio de 2018, em Cascais. Contou com a participação de dez alunos da Nova SBE e dez pessoas com deficiência – indicadas por Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) do Concelho de Cascais – que pretendiam entrar no mercado de trabalho, mas que não tinham tido ainda iniciativa, confiança ou simplesmente oportunidades para dar esse passo.

No desenvolvimento deste piloto, é importante destacar também o envolvimento dos Serviços de Carreiras e Posicionamento Empresarial da Nova SBE, por ser a responsável pelo desenvolvimento dos conteúdos e por facilitar a organização dos workshops. Outros membros da comunidade Nova SBE, como a professora Clara Costa Duarte e o professor Miguel Alves Martins, tiveram também um papel fundamental no programa através do seu testemunho em determinadas sessões. A psicóloga Edite Oliveira prestou apoio aos alunos que tinham tido um contacto menor com esta realidade.

O ICF contou ainda com o envolvimento de parceiros externos como a Câmara Municipal de Cascais, a Associação Portuguesa de Síndrome de Asperger (APSA), a Associação Salvador, o Cadin, a CERCICA, a Associação Novamente, a SEMEAR e ainda três empresas da área de recrutamento e seleção – Argo Partners, Mercer e Randstad.

 

HR4Inclusion

O HR4Inclusion surgiu da necessidade de combater um dos obstáculos à empregabilidade identificados na fase de diagnóstico – a ausência de um mecanismo que faça este mercado funcionar e garanta o encontro entre a oferta e a procura.

A centralização de um processo nas empresas de recrutamento e seleção, o conhecimento (know-how) já adquirido por estas, assim como a sua rede de clientes já estabelecida, possibilitam uma maior eficiência e oportunidade de escala, potencializando o aumento da empregabilidade de pessoas com deficiência. Assim passa a existir um ponto central de referência para o encontro entre as pessoas com deficiência que querem trabalhar e as empresas que procuram contratar estas pessoas, em vez de serem dadas respostas pontuais a casos específicos.

O HR4Inclusion foi pilotado entre junho e novembro de 2018 e contou com três empresas de recrutamento e seleção (Argo Partners, Mercer e Randstad), que assumiram o papel de pivô no processo, treze potenciais entidades empregadoras e vinte candidatos com deficiência – dez dos quais tinham integrado o piloto do Peer2Peer. As empresas que aceitaram fazer parte deste projeto piloto foram a Accenture, a Ageas, o Bankinter, a Brisa, a Câmara Municipal de Cascais, a Gestmin, a Jerónimo Martins, a José de Mello Saúde, o Millennium BCP, a Nova SBE, a Randstad, o Banco Santander e a Willis Towers Watson.

Este projeto-piloto resultou na criação de um Processo de Recrutamento Inclusivo, que visa capitalizar o know-how das empresas de recrutamento e seleção, garantindo uma correspondência adequada entre a função disponível na empresa e as capacidades e preferências do candidato em questão.

 

Inclusive Future

O Inclusive Future surgiu da necessidade de sensibilização da comunidade, nomeadamente das empresas, para a possibilidade e o valor acrescentado que é contratar pessoas com deficiência. Ao tornar visível casos de sucesso, o Inclusive Future vem ajudar a desconstruir mitos e a dar confiança não só a quem procura trabalho, mas também a quem está recetivo a contratar.

O projeto-piloto do Inclusive Future foi desenvolvido entre o final de 2018 e o início de 2019, tendo lançado dez casos de sucesso de pessoas com deficiência na plataforma Design the Future – que existe há vários anos para dar a conhecer muitas profissões e, assim, ajudar os jovens nas suas decisões vocacionais – que foram contratadas em diferentes áreas profissionais. Os dez casos escolhidos foram identificados pela comunidade ICF, nomeadamente pelo Conselho das Famílias, pelo Conselho das Instituições e por alunos da Nova SBE (alunos do clube de alunos Nova Junior Consulting e da cadeira de Comunicação, Liderança e Ética).

Após a realização dos projetos-piloto, o ICF sistematizou as respetivas aprendizagens a fim de consolidar as soluções propostas e poder entregá-las à comunidade.

 

Peer2Peer

Para o Peer2Peer, foi desenvolvido um manual de implementação e a coordenação do projeto foi entregue aos alunos da Nova SBE e à equipa Careers @ Nova SBE.

Deste modo, a segunda edição do Peer2Peer, na Nova SBE, decorreu de março a junho de 2019 sob a coordenação de Francisco Lamy e Margarida Vigário, ambos alunos e antigos participantes do piloto Peer2Peer.

A terceira edição arrancou em fevereiro de 2020 e previa a expansão do Peer2Peer para a NOVA School of Law, mas a chegada do COVID-19 não permitiu a sua continuidade.

 

HR4Inclusion

As aprendizagens retiradas do HR4Inclusion permitiram a sistematização do Processo de recrutamento inclusivo e a entrega deste processo a duas das empresas de recrutamento e seleção que participaram no piloto: a Argo Partners e a Randstad. Assim, desde março de 2019, estas duas empresas, e mais recentemente também a Michael Page e a Your People, assumiram oficialmente o processo de recrutamento inclusivo, estando disponíveis para receber candidatos com deficiência que queiram trabalhar e empresas que queiram contratar. Para saber como candidatar-se ou como recrutar, por favor clique aqui.

 

Inclusive Future

Os vídeos produzidos durante o projeto-piloto do Inclusive Future foram disponibilizados na plataforma Design the Future, na qual podem ser vistos. Veja todos aqui.

O aconselhamento e validação ao longo do desenvolvimento do tema da empregabilidade foi fundamental para garantir que as propostas de solução que iam surgindo estavam realmente baseadas em necessidades concretas e em casos reais.

Este aconselhamento e validação foi feito nas sessões do Conselho das Famílias, do Conselho das Instituições e do Conselho Diretivo, nas quais o ICF apresentou as propostas que estavam a ser desenvolvidas e recolheu o respetivo feedback. Neste período foram realizadas quatro sessões para cada um dos Conselhos, o que ajudou o ICF a definir quais os projetos-piloto que desenvolveria – o Peer2Peer, o Inclusive Future e o HR4Inclusion – bem como a melhor forma de o fazer.

A fase de follow-up teve início após o encerramento da fase de sistematização e entrega.

Esta fase, ainda ativa, consiste no acompanhamento periódico das iniciativas desenvolvidas pelo ICF durante a fase de implementação, que são entregues à comunidade durante a fase seguinte. A fase de follow-up tem como principal objetivo garantir a sustentabilidade das iniciativas.

Ao longo desta fase, o ICF tem vindo a promover várias reuniões de acompanhamento às empresas de recrutamento e seleção e também às empresas que assinam o “Compromisso com a Inclusão”, tanto através de reuniões com cada uma das empresas, como através de Inclusive Talks dedicados. Estas reuniões têm sido muito importantes para melhorar a oferta do ICF ao mercado.

Foi destas constantes interações que se identificou a necessidade de se construir a Jornada para a Inclusão – i. e., o conjunto das soluções, desenvolvidas pelo ICF e pela Nova SBE, de que as empresas mais precisam no seu caminho de inclusão.

sunset

O que me traz ao Peer2Peer é a possibilidade de fazer parte da mudança, de combater a falta de inclusão de pessoas com deficiência na sociedade e de fazer com que todos sejamos reconhecidos pelas nossas capacidades.

Francisco Lamy
Peer2Peer

sunset

O que me traz ao Peer2Peer é a vontade de aprender com a experiência de todos e tornar as diferenças menos limitativas, transformando-as numa fonte de inspiração e conquista para uma sociedade cada vez mais inclusiva.

Margarida Vigário
Peer2Peer

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O que me trouxe ao foi poder fazer algo que acrescente valor! Conseguir contribuir com algo que faça a diferença.

Tânia Brito
HR4Inclusion

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O que me trouxe ao HR4Inclusion foi acreditar no enorme potencial das pessoas mais vulneráveis e no valor acrescentado que podem aportar à comunidade, dando voz a todas e possibilitando que cada uma desenvolva os seus superpoderes.

Sónia Gonçalves
HR4Inclusion

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