Conheça Bernardo Freitas, Antigo Aluno da Nova SBE - Entrevista Exclusiva
Nova Promove | 11 janeiro 2021 Conheça Bernardo Freitas, Antigo Aluno da Nova SBE - Entrevista Exclusiva

Conheça Bernardo Freitas, antigo aluno da Nova SBE, que escolheu seguir um caminho diferente daquele que foi o seu percurso académico. Nesta entrevista, fala sobre como perseguiu os seus sonhos e objetivos e de como a Nova SBE foi fundamental para o trajeto que decidiu traçar.

 

Que está a fazer atualmente? E qual a característica mais gratificante da sua carreira?

Atualmente trabalho como velejador profissional e faço parte de várias equipas ajudando-as a atingir os seus objetivos. A característica mais gratificante da minha carreira é poder trabalhar e fazer o que mais amo. Tenho a oportunidade de viajar e também de trabalhar com pessoas de diferentes contextos e com diferentes experiências.


Sempre foi fascinado pelo mundo da vela? Qual foi o seu caminho e por que decidiu mudar de rumo considerando o que aprendeu na sua licenciatura?

Para ser sincero, desde o dia em que comecei a velejar, aos oito anos de idade, que algo mudou dentro de mim. Sonho com isso desde que me lembro e o meu sonho de vida era chegar aos Jogos Olímpicos e representar o meu país, sem saber muito bem como fazê-lo.
Como a maioria das crianças que crescem a praticar desporto, chega um momento em que temos de tomar decisões que podem pôr o nosso futuro em risco. Houve um dia em que decidi finalmente dar início à minha campanha olímpica enquanto começava a minha licenciatura na Nova SBE. Como o meu hobby se tornou no meu trabalho, tendo de treinar sete dias por semana, tive de perder muitas horas por dia entre obrigações e lidar com meus pais para não ser obrigado a parar de estudar.
Foram tempos difíceis, nos quais tive de deixar grande parte da minha vida social e familiar para trás, mas eventualmente tudo se encaixo. Além de ter um diploma no bolso, arrisquei e aproveitei para seguir a carreira de velejador e focar-me a 100 % nela. Nunca me imaginei a ter um trabalho de secretária e depois de ter decidido dar uma oportunidade ao meu sonho vi que, com perseverança e muito trabalho, era possível fazer dela a minha profissão.
 

 

Quem ou que experiências tiveram um impacto no seu percurso profissional?

Foram muitas as pessoas que me ajudaram ao longo do caminho a tornar tudo isto possível. Não só treinadores e amigos, mas fundamentalmente a minha família, que nunca duvidou de mim mesmo quando eu duvidei.
A experiência mais gratificante foi os Jogos Olímpicos de Londres 2012. Foi o resultado de anos de trabalho árduo, sangue, suor e lágrimas – algo que nunca esquecerei, uma experiência para toda a vida que me abriu portas para muitas outras oportunidades que me conduziram onde estou agora.


Que gostaria de saber na altura em que estava a graduar que só agora é que sabe?

Eu adoraria ter sabido que foi a decisão certa, mas a vida é isso mesmo, o mistério e as decisões que tomamos. Ou estamos certos ou temos ainda de aprender.


Porquê esta área? Que lição trouxe consigo e a têm ajudado neste percurso?

Sou apaixonado pelo oceano. O facto de as condições estarem constantemente a mudar faz com que seja cada vez mais difícil adaptarmo-nos e faz com que seja mais difícil vencer e, por isso, só o facto de ali estar torna tudo mais emocionante.
Ter de trabalhar arduamente para terminar a minha licenciatura enquanto velejava a tempo inteiro deu-me as ferramentas certas para ser o melhor naquilo que me proponho a fazer.


Que competências adquiriu no seu percurso académico e quais são as que têm sido fundamentais para a sua carreira?

Além de montar uma equipa de vela, gerir patrocinadores e orçamentos, encomendar peças e gerir pessoas e salários, gosto de explicar a quem não tem a menor ideia que fazer parte de uma equipa de vela a bordo de um barco é muito semelhante a trabalhar numa empresa.
Há um líder, um estratega, um técnico e muitas outras pessoas com cargos semelhantes a bordo que têm de fazer o melhor que sabem para que o barco veleje rápido e vença corridas. Todos precisam de levar a cabo as suas tarefas da melhor maneira, ouvir o que os outros têm a dizer e respeitar a cadeia de comando.
Por isso, considero que a minha experiência académica foi fundamental relativamente a este conjunto de competências.



Como conseguiu o seu primeiro emprego depois de se graduar? Que passos deu e que conselhos daria aos que estão agora a começar?

Para estar onde estou agora, tive de trabalhar muito e, mesmo quando nada parecia bem, desistir nunca foi opção. Acho que todos os atletas dizem isto, mas é isto que faz a diferença entre os que chegam a algum lugar e os que desaparecem pelo caminho.
O mais importante para mim é saber exatamente onde estou, aproveitar todas as oportunidades para aprender com os melhores e, mesmo quando faço algo de que não gosto, sorrir e aproveitar esses momentos porque são esses que me ajudam a montar o puzzle.
A minha decisão de deixar a minha carreira de gestão para trás não foi fácil e, acima de tudo, não foi aceite por todos. Algumas pessoas disseram que era uma loucura e disseram que deveria arranjar um emprego decente, mas eis o meu conselho: não haverá mais ninguém que acredite tanto e que queira mais isto do que vocês. Por isso, vão em frente!

 

Que memórias do seu tempo enquanto aluna da Nova SBE mais estima?

Além de adormecer em algumas das aulas por estar tão cansado dos treinos, foi uma altura desafiante e fantástica. Conhecemos muitas pessoas pelo caminho e organizámos festas muito fixes!
Não posso esquecer alguns professores que perceberam a minha situação e fizeram um esforço extra para que eu pudesse continuar a estudar.


Que conselho tem para dar aos alunos que agora se estão a graduar?

Não se agarrem à maneira convencional de fazer as coisas. O vosso diploma não define o vosso percurso de vida, apenas vos dá as ferramentas certas para ajudar a criar a realidade dos vossos sonhos. Existem milhares de oportunidades disponíveis. Encontrem o que mais amam fazer, definam metas e vão em frente!

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