Base de Dados Social dedica campanha às mulheres que trabalham na Economia Social
Notícias | 19 março 2025 Base de Dados Social dedica campanha às mulheres que trabalham na Economia Social

No mês em que se celebra o Dia da Mulher, o projeto Base de Dados Social lança uma campanha de sensibilização que visa destacar o papel e trabalho das mulheres nas organizações sociais. Salientando a importância de transformar números em ações, a campanha Da Consciência à Ação destaca mulheres líderes no setor social em Portugal apresentando, sob o mote Vozes que Transformam, testemunhos de mulheres que, na primeira pessoa, falam sobre as suas experiências e contributos para um setor social mais justo e inclusivo.

 Durante todo o mês de março, a campanha, coordenada pelo Nova SBE Data, Operations & Technology Knowledge Center, vai marcar presença nas redes sociais da Base de Dados Social, promovendo o reconhecimento e valorização do papel feminino na Economia Social.
A Base de Dados Social constituiu a maior e mais abrangente plataforma de dados abertos do ecossistema de impacto social português. Este projeto pioneiro é desenvolvido no âmbito da Iniciativa para a Equidade Social, uma parceria entre a Fundação ”la Caixa”, o Banco BPI e a Nova SBE, e coordenado pelo Nova SBE Data, Operations & Technology Knowledge Center.

Em Portugal, a desigualdade de género continua a ser uma realidade: embora evidenciando avanços, o Relatório Global sobre a Igualdade de Género 2024, do Fórum Económico Mundial, apresenta Portugal no 17.º lugar entre 146 países, o que revela que ainda existem desafios muito significativos. Em contexto corporativo, a sub-representação feminina em cargos de liderança mantém-se (apenas 31% das mulheres ocupam posições em conselhos de administração e só 6% desempenham funções de CEO – dados Women Matter Portugal 2023, da McKinsey & Company) e a disparidade salarial persiste (mulheres a ganharem, em média, menos 8,6% que os homens – dados PORDATA, 2023).

Os dados do Inquérito ao Setor da Economia Social (ISES) do INE/CASES (2018) evidenciam a forte presença das mulheres no setor da Economia Social, representando a maioria da força de trabalho (72,4%). No entanto, observa-se uma redução progressiva da sua participação à medida que se sobe na hierarquia, com 62,4% em cargos de direção intermédia e apenas 21,9% em posições de liderança de topo. Estes números refletem a persistência de barreiras ao acesso das mulheres a funções de maior poder e decisão, apontando para a necessidade de reforçar políticas e práticas que promovam a equidade de género na liderança das organizações do setor.

 Apesar dos desafios, Portugal destaca-se no que diz respeito ao contributo feminino para a inovação. Segundo um estudo recente do Instituto Europeu de Patentes (IEP), Portugal regista uma das maiores percentagens de mulheres inventoras na Europa, com 26,8% de patentes registadas por mulheres – um número que mais do que duplica a média europeia, colocando o país na segunda posição do ranking europeu, apenas superado pela Letónia (30,6%).

Com esta campanha, a Base de Dados Social reforça mais uma vez o seu compromisso com a igualdade de género e a capacitação das mulheres, promovendo um futuro mais inclusivo e sustentável para todos.

‘A promoção da igualdade de género não é apenas uma questão de justiça social, mas também um fator essencial para o crescimento económico e inovação. Com esta campanha, queremos dar palco às mulheres que fazem a diferença no setor social e inspirar mudanças concretas rumo a uma sociedade mais equitativa’ afirma Cátia Cohen, gestora do projeto Base de Dados Social no Nova SBE Data, Operations & Technology Knowledge Center.

A Base de Dados Social disponibiliza informação sobre as organizações da economia social portuguesas, em diferentes vertentes (área de atividade, objetivos de desenvolvimento sustentável, pessoas - colaboradores, associados, voluntários - atividades, recursos financeiros, enquadramento legal, entre outros). O projeto pretende, assim, promover o conhecimento do setor e contribuir para uma melhor e mais esclarecida tomada de decisão por parte de investidores sociais, empresas, voluntários, colaboradores, entre outras partes interessadas e, ainda, fomentar e permitir mais e melhores estudos sobre estas organizações.

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