A NOS e Nova SBE aliaram as suas capacidades tecnológicas e de investigação científica para o desenvolvimento de um projeto de data analitycs, que analisou a movimentação das pessoas nos municípios de Lisboa e Cascais com a evolução da pandemia.
“Neste projeto, a tecnologia e inovação da NOS uniu-se à investigação científica da Nova SBE a fim de recolher dados fundamentais e elaborar indicadores avançados de mobilidade”, é possível ler na nota emitida hoje a propóstido do estudo.
De acordo com o documento ‘Indicadores de mobilidade intra-municipais no combate à Covid-19’, em Portugal, a movimentação das pessoas acompanhou a evolução das medidas de contenção da pandemia aplicadas pelo governo português ao longo do último ano e meio, aumentando ou diminuindo as suas contagens de acordo com o maior ou menor grau de restrições à mobilidade.
No primeiro estado de emergência e primeiro confinamento, que teve início em 19 de março do ano passado, houve uma quebra na contagem de pessoas distintas por secção do município na ordem dos 65 a 80% em Lisboa, tendo sido entre 45 e 65% em Cascais; por outro lado, as quebras no segundo estado de emergência (9 de novembro), foram de 30 a 45% em Lisboa, e de 15 a 25% em Cascais.
No pico da pandemia durante o período do primeiro estado de emergência, em Lisboa, as maiores quebras reportaram-se em “Lojas e Restaurantes” (80%), seguida por “Comércio” (75%), “Lazer Indoor” (73%), “Educação” e “Saúde” (ambas com 72% de quebras).
Em Cascais, as maiores quebras registaram-se em “Comércio” (64%), seguida de “Lojas e Restaurantes” e “Lazer Indoor” (61% ambas), “Lazer Outdoor” (57%) e “Saúde” (56%).
As categorias com menores quebras na contagem de pessoas distintas nprimeiro estado de emergência são as “Residencial” (66% em Lisboa e 49% em Cascais), “Trabalho” (66% em Lisboa e 46% em Cascais) e “Estações de Transporte” (70% em Lisboa e 47% em Cascais).
No segundo estado de emergência, – novembro de 2020 e abril deste ano -, verificou-se uma maior movimentação das pessoas.
“Em Lisboa, a quebra registada na categoria “Saúde” foi de apenas 29% (valor que compara com a quebra de 72% registada no primeiro estado de emergência). Já a categoria “Lojas e Restaurantes” registou neste período uma quebra de 39% (valor que compara com a quebra de 80% verificada no primeiro estado de emergência). Em contrapartida, o segmento do “Lazer Indoor” foi aquele que registou menor variação (73% em comparação com 42%)”, é referido na nota de apresentação do estudo.
A contagem média diária de pessoas de outras nacionalidades foi outro dos pontos analisados neste projeto. Registaram-se maiores quebras de pessoas distintas estrangeiras do que nacionais, em linha com as restrições de viagens internacionais. Em Cascais, neste grupo, as maiores quebras registaram-se na secção “Desporto” (80%) – categoria que todos os equipamentos desportivos, como estádios, piscinas ou pavilhões desportivos.
Na capital portuguesa, a maior redução de pessoas estrangeiras reportou-se em “Lazer Indoor” (73%), sendo que, na categoria “Estações de Transporte”, foi reportada um maior número de pessoas de outras nacionalidades – incluindo o aeroporto.
“Este projeto permite uma visibilidade sobre a forma como a população se desloca dentro do município, com o objetivo de identificar áreas prioritárias de atuação – por exemplo, as áreas em que efetivamente se registam menores quebras. Na prática, pode ajudar na implementação de ações como campanhas de sensibilização e limpeza, seja para limitação ou manutenção de acessos intermunicípio”, explicou a Diretora Executiva do Nova SBE Data Science Knowledge Center, Lénia Mestrinho.
A investigação abrangeu os municípios de Cascais e Lisboa, que foram segmentados em diferentes áreas estatísticas: Residencial, Lazer Outdoor, Trabalho, Educação, Lojas e Restaurantes, Saúde, Lazer Indoor, Comércio, Desporto, e Estações de Transporte, tendo sido analisado o modo como a população se deslocou dentro do município, à medida que as fases da pandemia iam evoluindo.