" A movimentação das pessoas acompanhou a evolução das medidas de contenção da pandemia aplicadas pelo Governo português ao longo do último ano e meio, aumentando ou diminuindo as suas contagens de acordo com o maior ou menor grau de restrições à mobilidade", conclui uma análise quantitativa dos movimentos das pessoas nos municípios de Lisboa e Cascais desenvolvida pela NOS e pela Nova SBE, divulgada esta quarta-feira.
A partir de dados agregados de utilização dos telemóveis e da análise de algoritmos, o projeto Indicadores de mobilidade intra-municipais no combate à Covid-19' procurou compreender como evoluiu a mobilidade das pessoas, entre o primeiro e o segundo maior período de confinamento, bem como identificar quais os setores mais e menos afetados pelas restrições à mobilidade das pessoas.
Apesar de, regra geral, concluir-se que a mobilidade dos cidadãos evoluiu consoantes as medidas de restrição, a análise mostra que Lisboa confinou mais do que Cascais.
No que respeita à contagem de pessoas nos dois municípios, o impacto do confinamento na mobilidade das pessoas foi maior em Lisboa do que em Cascais. Na capital, a quebra foi de 65 a 80% durante o primeiro estado de emergência e de 30% a 45% entre novembro de 2020 e abril de 2021 (segundo confinamento). Já em Cascais foi de 45 a 65% entre março e abril de 2020 e de apenas 15 a 25% no segundo estado de emergência.
Acresce que os setores da saúde, educação e restauração foram os que registaram "um aumento mais significativo na mobilidade de cidadãos, entre o primeiro e o segundo estado de emergência".
De acordo com a análise, a redução da mobilidade foi bem menos acentuada na frequência do comércio e restaurantes durante o segundo estado de emergência (de novembro de 2020 a abril de 2021). Ora, o estudo indica uma redução na contagem de pessoas em lojas e restaurantes em Lisboa, que passou de 80% no primeiro estado de emergência para 39% no segundo. No setor do comércio, a quebra na frequência desses espaços passou de 75% para 39%, enquanto no lazer indoor (museus e cinemas, por exemplo) passou de 73% para 42%.
No município de Cascais, o comportamento identificado foi semelhante. A quebra no comércio passou de 64% para 18%. Nas lojas e restaurantes a evolução foi de 61% para 24% e no lazer indoor de 61% para 6%.
A análise da NOS e da Nova SBE revela, ainda, que, na categorai saúde, a diminuição da mobilidade desceu de 72% para 29%, em Lisboa, e de 56% para 17%, em Cascais.