DSPA Insights 2019: Dos Dados às Pessoas
News | 05 October 2019 DSPA Insights 2019: Dos Dados às Pessoas

A DATA SCIENCE comporta uma grande variedade de dimensões, desde as necessidades técnicas do foro do IT até às questões éticas e sociais associadas à adoção generalizada de tecnologias como a Inteligência Artificial (IA), passando pela gestão e processamento de dados, políticas internas, data governance, processos de implementação - em suma, é uma área de caráter multidisciplinar e foi este o foco da DSPA Insights, que decorreu nos dias 19 e 20 de setembro na Nova SBE.

Foi, acima de tudo, um encontro focado na resolução de problemas: na utilização dos dados para a minimização de ineficiências, deteção e prevenção de falhas, e flexibilização de processos estáticos numa era que requer flexibilidade. Seja para conceber modelos de negócio mais competitivos, agilizar linhas de produção ou resolver problemas sociais, é evidente que a data science tem cada vez mais aplicações - não só em geral, mas também em Portugal.

MADE IN PORTUGAL

Foi, aliás, em Portugal, que se originaram a maioria dos use cases apresentados. Exemplo disso é a TAP, que conseguiu, através da analítica, detetar a origem de ineficiências e potenciais áreas de otimização na companhia, desde a abreviação do processo de boarding, até algo tão simples como oferecer Guaraná em vez de Ginger Ale nos voos para o Brasil - com resultados observáveis.

Do lado da academia, Lénia Mestrinho e Suzana Lavado - diretora executiva e investigadora no Data Science Knowledge Center da Nova SBE, respetivamente - apresentaram um projeto que poderá mudar a forma como os centros de emprego processam casos, trocando um modelo de avaliação estático e obsoleto, por um sistema que contabiliza uma maior quantidade de fatores, incluindo o historial completo, currículo, e educação do indíviduo, e sugere um curso de ação de acordo com os mesmos.

SAÚDE: UM ATIVO DE VALOR

O que o futuro reserva aos cuidados de saúde - a forma como os dados podem vir a melhorar a eficiência e o valor dos serviços e mesmo a fomentar hábitos saudáveis nos utentes - ainda está em grande parte por ver. De acordo com Pedro Pita Barros, professor na Nova SBE, existem três resultados possíveis: data science virá substituir, a coexistir ou a complementar o que já existe.

"O que temos de perceber é se o novo uso de data science proposto vem mudar a cultura da prestação desse serviço. Se sim, dá-se o primeiro caso; se não, um dos outros dois", explica Pedro Pita Barros.

Ainda no contexto da prestação de cuidados de saúde, a Ageas Portugal apresentou num projeto piloto de inteligência artificial destinado à triagem médica e que atuará como uma ferramenta de decisão clínica procurando agilizar o processo de triagem ao substituir o atual sistema estático com base em decision trees criadas há décadas por um sistema de machine learning construído com base em milhões de casos clínicos, que com cada novo caso registado aprende e atualiza o algoritmo para se tornar cada vez mais eficaz.

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