O Observatório da Despesa em Saúde visa promover uma análise regular das dinâmicas de evolução da despesa em saúde em Portugal. Esta publicação analisa a evolução das despesas diretas em saúde entre 2015 e 2022, com base nos dados do Inquérito às Despesas das Famílias, realizado pelo Instituto Nacional de Estatística.
No período em análise, um conjunto alargado de políticas públicas contribuiu para reforçar a proteção financeira da população, traduzindo-se numa redução do peso médio das despesas diretas em saúde no rendimento líquido dos cidadãos: de 5,56% em 2015 para 3,46% em 2022.
Os idosos foram o grupo que mais beneficiou destas medidas. Contudo, crianças entre os 5 e os 14 anos de idade viram a sua vulnerabilidade financeira agravar-se. Apesar dos progressos alcançados, continua a observar-se um gradiente socioeconómico na desproteção financeira para despesas em saúde, com indivíduos de rendimentos mais baixos a alocarem uma maior percentagem do seu rendimento líquido a despesas diretas em saúde. Assim, se o objetivo da sociedade for esbater ainda mais a regressividade dos pagamentos diretos, dever-se-á continuar a implementar medidas que protejam grupos socioeconómicos vulneráveis, que não se limitam à população idosa.
🌐 Ver relatório
Este relatório faz parte da Iniciativa para a Equidade Social, uma parceria entre a Fundação "la Caixa", o Banco BPI e a Nova SBE.
Autores do estudo: Carolina Borges da Cunha Santos.