A série de Notas Informativas pretende divulgar análises curtas relativas a temáticas atuais sobre o setor da saúde. A presente Nota Informativa explora como a origem dos imigrantes (nascidos dentro ou fora da União Europeia) e os seus motivos de imigração (económicos ou não económicos) influenciam a sua saúde mental, acesso a cuidados de saúde e comportamentos de risco para a saúde em Portugal.
Os dados mostram que imigrantes nascidos noutros países da UE têm melhor saúde mental do que os nativos – o chamado efeito do imigrante saudável. Este efeito também é detetado para imigrantes que vêm para Portugal por motivos não económicos. A análise revela ainda que alguns grupos de imigrantes (imigrantes nascidos fora da União Europeia; imigrantes que vêm para Portugal por motivos económicos) apresentam uma maior desproteção financeira para despesas em saúde do que os nativos, uma vez que estão menos cobertos por subsistemas de saúde ou por seguros de saúde privados. Adicionalmente, os imigrantes recorrem menos a consultas de Medicina Geral e Familiar do que os nativos.
Apesar de não se identificarem diferenças na utilização de cuidados de saúde mental entre imigrantes e nativos, destaca-se que uma elevada percentagem de indivíduos com sintomas depressivos clinicamente significativos – tanto nativos como imigrantes – não reconhece a necessidade de cuidados. Os resultados sublinham a importância de aprofundar o conhecimento sobre as desigualdades no acesso à saúde entre imigrantes e nativos, de forma desenhar políticas públicas que promovam a equidade no sistema de saúde português e, em particular, no Serviço Nacional de Saúde.
🌐 Ver relatório
🌐 Ver anexos
Este relatório faz parte da Iniciativa para a Equidade Social, uma parceria entre a Fundação "la Caixa", o Banco BPI e a Nova SBE.
Autores do estudo: Pedro Pita Barros e Carolina Borges da Cunha Santos.